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Com a entrada recente de países como Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, o BRICS passa por uma transformação significativa, ampliando sua representatividade e reforçando sua posição como um ator global estratégico. Agora na configuração BRICS+, o grupo busca impulsionar a cooperação entre países do Sul Global e reformar o sistema internacional para torná-lo mais justo e inclusivo.

Formado inicialmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o BRICS nasceu com o objetivo de fortalecer as economias emergentes e equilibrar o sistema global dominado por potências ocidentais. Desde seus encontros informais entre 2006 e 2009, o grupo evoluiu para uma cooperação institucionalizada, com iniciativas como o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) e plataformas de diálogo político e econômico.

A expansão iniciada em 2023 marca uma nova fase do bloco, que passa a representar uma fatia ainda maior da população e da economia mundial, consolidando-se como voz legítima dos países em desenvolvimento.

O BRICS+ atua em áreas estratégicas que abrangem desde segurança internacional até ciência e cultura.

Os países do bloco cooperam no combate ao terrorismo, cibercrime, tráfico de drogas e outras ameaças transnacionais. Também participam de missões de paz e oferecem apoio em crises humanitárias e desastres naturais.

O grupo promove projetos conjuntos em áreas de alta tecnologia, como 5G, inteligência artificial, biotecnologia e saúde digital. A meta é alcançar maior autonomia tecnológica e reduzir dependências externas.

Com investimentos em fontes renováveis como solar, eólica, hidrogênio verde e bioenergia, o BRICS+ aposta numa transição energética justa. O bloco também busca financiamento climático para adaptar seus países às mudanças ambientais.

O grupo defende uma maior inclusão dos países do Sul em organismos internacionais, como o Conselho de Segurança da ONU, FMI, OMC e G20, com o objetivo de democratizar a tomada de decisões globais.

Há iniciativas para fortalecer moedas locais, desenvolver moedas digitais dos bancos centrais (CBDCs) e criar sistemas de pagamento próprios, reduzindo a dependência do dólar nas transações internacionais.

Investimentos conjuntos visam melhorar redes ferroviárias, rodoviárias, portos e aeroportos, impulsionando o comércio entre os membros do bloco e promovendo o desenvolvimento regional.

O BRICS+ aposta em programas de bolsas de estudo, festivais culturais, intercâmbio científico e cooperação universitária, promovendo uma identidade comum baseada na diversidade e no respeito entre civilizações.

Apesar do avanço institucional e da expansão, o BRICS+ enfrenta obstáculos. As diferenças geopolíticas, culturais e econômicas entre os membros podem dificultar consensos. Além disso, o bloco precisa lidar com pressões externas, como sanções e tensões diplomáticas, que podem afetar sua coesão e capacidade de ação.

Com mais de 40% da população mundial e uma participação crescente no PIB global, o BRICS+ emerge como um polo alternativo de liderança internacional. Seu foco em solidariedade, multipolaridade e cooperação Sul-Sul aponta para uma nova arquitetura global mais equilibrada e representativa.

Se conseguir manter o diálogo interno e ampliar suas alianças estratégicas, o BRICS poderá redesenhar os rumos da política internacional nas próximas décadas, construindo uma governança global centrada na inclusão, no desenvolvimento sustentável e na paz entre os povos.